Inicio / Além da escola Além da escola 18 de novembro de 2021

O que é CNV? Conheça a Comunicação Não-Violenta

Redação Estudo em Dia
Redação Estudo em Dia

Equipe apaixonada por educação, produzindo conteúdos focados em alunos que buscam uma melhor rotina de estudos e preparação para o vestibular!Publicado em . | Atualizado em 18 de novembro de 2021.


Conheça essa habilidade extremamente útil em todas as áreas da vida, que qualquer um pode aprender, além de ser uma ferramenta essencial e poderosa para mediar conflitos.

Mas, do que se trata exatamente a Comunicação Não-Violenta? Podemos dizer que a CNV, é como uma visão de mundo, criada pelo psicólogo norte-americano Marshall Rosenberg (1934 – 2015), na qual, estimula o individuo a se aproximar da sua própria humanidade e da humanidade dos outros, para a partir disso, conseguir se relacionar de forma mais pacifica.

A CNV, nas palavras do psicólogo, “começa por assumir que somos todos compassivos por natureza e que estratégias violentas — se verbais ou físicas — são aprendidas, ensinadas e apoiadas pela cultura dominante”. Ou seja, em um ambiente que estimule a competitividade, a dominação e a agressividade, tendemos a nos comportar violentamente. Ao contrário, tendemos a agir com generosidade em ambientes acolhedores e cooperativos. A abordagem que a CNV propõe é totalmente baseada na escuta ativa e profunda, um convite para se conectar com as suas necessidades e dos outros.

Quer saber mais sobre o tema e, aprender como a Comunicação Não-Violenta pode ser útil para você? Continue a leitura.

O que você vai encontrar neste artigo:

  • Como surgiu a CNV?
  • Aprofundando na CNV
  • Importância da CNV para o mundo
  • que a CNV pode oferecer para o ambiente escolar?
  • Dicas para praticar a Comunicação Não-Violenta

Como surgiu a Comunicação Não-Violenta?

Marshall Rosenberg desenvolveu a habilidade da Comunicação Não-Violenta inspirado em grandes líderes como Martin Luther King Jr. e Gandhi, observando a utilização da resistência não-violenta como prática de transformação daquelas realidades violentas.

A sua preocupação com a postura defensiva e as reações por meio da violência começaram ainda na sua infância, em 1943, quando presenciou experiências negativas na escola por ser judeu e pelo contexto social da época com os conflitos raciais nos Estados Unidos.

Já na década de 1960, durante o movimento a favor dos direitos civis e contra a segregação racial, Marshall dedicou a carreira acadêmica ao estudo do comportamento humano violento em diversos contextos sociais. O objetivo dele com isso era o de construir uma cultura da paz e um mundo mais justo. Desde então, a CNV vem contribuindo e sendo utilizada nas organizações não-governamentais, mediação de conflitos, justiça restaurativa, escolas, empresas, etc. Atualmente, a CNV está presente em mais de 65 países, colaborando para o desenvolvimento e fortalecimento da consciência humana.

Aprofundando na CNV

A Comunicação Não-Violenta (CNV) representa habilidades de comunicação verbal (escrita ou falada) e não verbal (gestos, expressões faciais ou corporais, imagens ou códigos) que buscam criar compaixão e empatia para fortalecer as conexões humanas. Ela ajuda a identificar em nosso comportamento do dia a dia aquele sentimento e necessidade que não foram atendidos em uma determinada situação.

Quando utilizamos a CNV como habilidade, fazemos uma reformulação ao falar e ouvir o outro. Em vez de responder inconsciente e imediatamente, ouvimos com atenção e pensamos no sentido e desejo manifestado por trás daquela ação humana. Dessa forma, conseguimos nos expressar de forma clara, empática, honesta e respeitosa, evitando o conflito.

O exercício da Comunicação Não-Violenta permite a quem experimenta, enxergar o mundo a partir da perspectiva da outra pessoa e entender possíveis razões para suas atitudes. E a compreensão propicia a harmonia.

A essência da CNV está na consciência de quatro processos — observação, sentimentos, necessidade e pedido.

Conheça melhor esses 4 componentes da CNV:

1- Observação: o primeiro passo é observar com neutralidade e atenção o que está realmente acontecendo em uma determinada situação. Recapitular o que a outra pessoa disse, sem fazer julgamentos e juízo de valor, mas sim, observar e analisar. Trabalhar a consciência para separar a observação da avaliação;

2- Sentimentos: o segundo passo é tentar entender como se sente a partir de um fato. Importante nesta etapa, é saber diferenciar o que se sente, e o que se interpreta. A vulnerabilidade para olhar para si, observar os sentimentos e entender como te afetam. Identificar e comunicar os sentimentos pode gerar aproximação e empatia. Trocar o que eu acho por como eu me sinto realmente;

3- Necessidade: no terceiro passo, é preciso reconhecer qual necessidade está ligada ao sentimento identificado. Por trás de todo sentimento existe uma necessidade e por trás de toda necessidade existe um sentimento. Quando alguém expressa suas necessidades com consciência, as chances delas serem atendidas aumentam, ter clareza quanto quais são às suas necessidades é fundamental;

4- Pedido: o quarto passo é fazer um pedido, comunicar de forma assertiva o que se quer, de forma clara, consciente, ligada a ações e sentimentos concretos. Importante aqui é que o pedido deve refletir uma forma de agir que incremente a harmonia da relação, e não alimente o confronto, além de garantir que a mensagem enviada, seja a mesma recebida pelo outro. São os acordos que respeitam a necessidade de todos.

Importância da CNV para o mundo

A Comunicação Não-Violenta  e sua  prática são certeiras e totalmente recomendadas para diferentes situações, contextos e ambientes, os principais são:  resolução e mediação de conflitos, fortalecer vínculos humanos, construir conexões verdadeiras, potencializar trocas entre diferentes culturas, promover a cultura da paz, reduzir agressões físicas e verbais, humanização nos gerenciamentos e atendimentos, abertura e incetivo ao diálogo.

O pesquisador Sílvio de Melo Barros acredita que a CNV pode transformar o mundo. O especialista, que ministra oficinas regularmente, estuda o tema há mais de uma década e explica que a prática foca não no que as pessoas fazem, mas sim nos motivos que as levam a fazer aquilo.

“Se você pergunta o que torna a vida das pessoas mais agradável, em geral, elas vão responder que é amor, parceria, reconhecimento, segurança, pertencimento, e nesses ‘lugares’ não existe conflito. O conflito se dá nas estratégias que temos para alcançar isso. Tudo que fazemos é para atender a uma necessidade.”

A consciência do que é importante para si, quais são as necessidades que precisam ser atendidas, e os sentimentos que precisam ser contemplados e respeitados diante de qualquer situação, são os mandamentos da Comunicação Não-violenta e, podem reger uma mudança profunda na vida de quem adere a CNV como principal forma de se comunicar e existir.

O que a CNV pode oferecer para o ambiente escolar?

A Comunicação Não-Violenta consegue criar experiências colaborativas, interdependentes e de verdadeira conexão, o que é perfeito para o ambiente escolar e a trajetória do aluno. A cnv atua como instrumento de humanização para o aluno e todos os indivíduos que fazem parte de uma escola.

Ao utilizar técnicas da Comunicação Não-Violenta na sala de aula, o professor permite que se estabeleça um ambiente seguro e de conexão, para ser comunicado quais são as necessidades dos alunos e vice-versa. Tudo parte do diálogo, e nada melhor do que ter um espaço de aprendizagem com esse valor.

Estimular os alunos para ouvirem os demais e se conectarem aos ambientes, significa  colaborar com o desenvolvimento de habilidades emocionais, essenciais para a formação de toda pessoa.

Para a psicóloga Joana Simielli, especialista em psicologia clínica com aprimoramento profissional em Ludoterapia e Educadora Parental, os benefícios da CNV são quase incontáveis, ela declara:

“Além de trazer benefícios aos estudantes, a CNV também auxilia na comunicação interna da escola e, como consequência, reflete na comunicação entre pais, mães e filhos. Ambientes em que a conversa é estimulada e nutrida tendem a ser mais pacíficos e equilibrados. Estabelecer uma linguagem mais conectada com a nossa humanidade e a do outro transforma as relações e ambientes e certamente reverbera nas relações com todos ao nosso redor, inclusive do aluno com o seu pai ou responsável.

Karina Fontes Soares, administradora e coach em empreendedorismo, acredita que a prática de diálogos positivos na infância é fundamental para a formação de líderes. Uma criança motivada a resolver conflitos através do diálogo, terá este hábito em sua essência. Na fase adulta, terá grandes chances de ser um intermediador de conflitos, aumentando assim as chances de exercer cargos de liderança e confiança, visto que o perfil ‘pacificador’ é o mais procurado pelas empresas para exercerem estes cargos.”

O principal ponto é entender que a Comunicação Não-Violenta não é, necessariamente, a paz e o silêncio. Ela está presente em uma série de comportamentos que, em ambiente escolar, tanto alunos quanto professores podem desenvolver para haver compreensão — e a escuta ativa — das necessidades de cada um.

Dicas para praticar a Comunicação Não-Violenta

A Comunicação Não-Violenta é sobretudo, prática, ação. Qualquer pessoa disposta a se comunicar de forma mais assertiva, consciente e empática, pode e deve tentar praticar a CNV. Pensando nisso, compartilhamos o exercício sugerido pela programaria:

Pense em uma conversa difícil que você teve/vai ter, ou deveria ter (na vida pessoal,  escolar ou no trabalho), e responda às perguntas abaixo pensando no que abordamos no texto, os princípios da Comunicação Não-Violenta e escuta ativa.

  • Com quem estou falando?
  • O que eu estou dizendo?
  • O que a outra pessoa está dizendo?
  • Qual a minha intenção com a minha fala?
  • Qual a intenção da outra pessoa com sua fala?
  • Como eu me senti durante a conversa? (tente não descrever como interpretação, mas o sentimento em si)
  • Como a outra pessoa pode ter se sentido durante a conversa? (tente não descrever como interpretação, mas o sentimento em si)
  • Qual ou quais foram os resultados da conversa?
  • Quais outros pensamentos que vieram/vem à minha cabeça quando penso nessa conversa?

Com as respostas destas perguntas, certamente você irá enxergar quais são suas necessidades e sentimentos envolvidos na situação vivida, sendo assim, fica mais claro também quais são os do outro, e diante disso cabe a você se comunicar de forma alinhada a eles.

Pratique! Você pode se surpreender com o resultado.

O que achou do conteúdo? Já pratica a CNV? Compartilha sua experiência conosco e manda esse texto para quem precisa conhecer a CNV.

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