Pedro Paulo Alves
Professor de Redação, formado pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), com experiência no ensino de Redação e na elaboração de materiais didáticos voltados para o Enem e demais vestibulares. Curioso, é apaixonado por educação, música, cinema e viagens.Publicado em . | Atualizado em 11 de janeiro de 2021.
No universo das provas de vestibular, é comum que a dissertação argumentativa seja o principal formato de texto escolhido e cobrado pelas bancas, uma vez que é por meio dela que o participante é capaz de demonstrar seu senso crítico e sua habilidade argumentativa diante das problemáticas propostas.
Assim como em tantos vestibulares brasileiros, o ENEM também exige que o candidato produza uma dissertação argumentativa para tratar de determinado problema social grave proposto pelo tema. No entanto, difere-se de outras avaliações porque exige que os participantes elaborem uma Proposta de Intervenção na redação. É por meio dela que a banca avalia e analisa a capacidade do estudante de agir sobre e em nossa realidade.
Motivo de grande preocupação pela maioria dos vestibulandos, a Proposta de Intervenção é um aspecto fundamental para o sucesso da Redação do ENEM e faz parte dos critérios de correção da banca, ou seja, não é opcional, é preciso estar presente no texto. É na Competência 5 que a intervenção é cuidadosamente avaliada. Este critério, por sua vez, se encarrega de olhar não somente os aspectos estruturais e os elementos básicos da intervenção, mas também se o candidato a produziu de modo a respeitar os direitos humanos.
Em termos estruturais, os participantes devem produzir uma proposta de intervenção que respeite os direitos humanos e apresente 5 elementos básicos:
1- AÇÃO: é a atitude prática para a solução do problema apresentado.
2- AGENTE: é o ator social capaz de executar a solução proposta.
3- MEIO/MODO: é o mecanismo pelo qual a ação é realizada.
4- DETALHAMENTO: é o acréscimo de informações a um dos outros elementos, a fim de tornar a intervenção proposta mais concreta.
5- FINALIDADE: é o resultado pretendido ou alcançado pela ação apresentada.
A produção da intervenção requer alguns cuidados para que se possa atender corretamente às exigências da banca e formular uma proposta completa. Nesse sentido, algumas perguntas de suporte podem ajudar na hora de elaborar sua intervenção:
- AÇÃO: O que pode ser feito?
- AGENTE: Quem pode fazer isso?
- MEIO/MODO: Como isso pode ser feito?
- DETALHAMENTO: Qual outra informação pode-se acrescentar?
- FINALIDADE: Para que isso deve ser feito?
O uso de perguntas norteadoras pode ser bastante útil para verificar se a proposta de intervenção está, verdadeiramente, seguindo a estrutura exigida pela banca.
Para além da preocupação com a estruturação básica, é preciso estar atento a outras “pegadinhas” que podem prejudicar a produção da intervenção. No processo de estudo e preparação para o vestibular, muitos são os mitos espalhados por aí sobre a proposta de intervenção. Para que se tenha sucesso verdadeiro na elaboração da proposta, é preciso desconstruir alguns desses mitos:
1. Não há um limite exigido de proposta de intervenção na redação.
A banca avaliará sempre a proposta mais detalhada, ou seja, aquela que conta com todos os 5 elementos básicos bem definidos e apresentados.
2. Produzir a proposta no parágrafo de conclusão não é uma obrigatoriedade.
Apesar de ser um movimento lógico na produção do texto, a banca não determina que a intervenção seja produzida no último parágrafo do texto. Desde que contando com todos os elementos básicos, a proposta pode ser apresentada em qualquer parte do texto.
3. Apresentar uma lista de propostas NÃO ajuda na produção de uma boa intervenção.
A boa proposta de intervenção é aquela que conta com todos os 5 elementos básicos de sua estrutura apresentados de forma clara e completa.
4. Apresentar trechos de leis ou citações não garante sucesso na proposta de intervenção.
Ao contrário do que se pensa, em alguns casos, é preciso tomar cuidado com o uso de trechos de leis ou citações. Quando não servirem de apoio à intervenção e configurarem-se apenas como constatações de fatos, podem prejudicar a nota do participante na Competência 5.
Distanciando-se dos mitos enganosos, apresentando os 5 elementos básicos da intervenção e respeitando os direitos humanos, a chance de conquistar os 200 pontos na Competência 5 e, consequentemente, na Redação como um todo é bastante grande.
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