Sem categoria 22 de abril de 2022

Educação para surdos: desafios na realidade brasileira

rbarbosa
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Publicado em . | Atualizado em 22 de abril de 2022.


Você sabia que, no dia 23 de abril, é comemorado o Dia Nacional da Educação para Surdos? Além desse dia, no dia 24 de abril, também é celebrado o Dia da Língua Brasileira de Sinais. Ambas as datas são muito significativas e possuem o intuito de rememorar as lutas e celebrar as conquistas da comunidade surda, assim como evidenciar a pauta para que todos nós possamos nos informar e integrar essa comunidade.

No Brasil, os surdos só começaram a ter acesso à educação durante o Império, no governo de Dom Pedro II, com o advento da primeira escola de educação de meninos surdos, em 26 de setembro de 1857, na antiga capital do país, o Rio de Janeiro. Com a fundação do Imperial Instituto de Surdos-Mudos (posteriormente renomeado Instituto Nacional de Educação dos Surdos – INES), começou o processo de educação formal dos surdos no Brasil, que passaram a ter uma escola especializada para sua educação.

Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia Estatística (IBGE), 5% da população brasileira é composta por pessoas que são surdas, ou seja, essa porcentagem corresponde a mais de 10 milhões de cidadãos, dos quais 2,7 milhões possuem surdez profunda, portanto, não escutam absolutamente nada.

Dados que só reforçam a necessidade de conhecermos mais sobre pessoas surdas para que, além de incluir, possamos impedir que o capaticismo ocorra.
Para os surdos, a surdez não é uma deficiência – é outra forma de experimentar o mundo. Mais do que isso, a surdez é uma potencialidade, que abre as portas para uma cultura própria muito rica, que não se identifica pelo que ouve ou não.

Se você quer aprender mais sobre o tema, continue a leitura.

O que você vai encontrar neste artigo:

Qual a diferença entre “surdo” e “deficiente auditivo”?

Educação bilíngue 24 de abril – Dia Nacional da Língua Brasileira de Sinais: afinal, o que é libras?

Qual a diferença entre “surdo” e “deficiente auditivo”?

Muitas vezes, os termos “surdo” e “deficiente auditivo” são tratados como sinônimos, quando, na verdade, existe uma ampla gama de pessoas que, apesar de terem em comum a perda parcial ou total da capacidade de ouvir, levam vidas completamente diferentes.

De acordo com os critérios estabelecidos pela Organização Mundial de Saúde (OMS), deficiência auditiva equivale à redução na capacidade de ouvir sons em um ou ambos os ouvidos. Dessa forma, pessoas com perda auditiva, que varia de leve a severa, se enquadram no grupo com deficiência auditiva.

Normalmente quem se inclui nesse espectro se comunica pela linguagem oral e faz uso de aparelhos auditivos ou implantes cocleares — dispositivos eletrônicos parcialmente implantados, capazes de transformar sons em estímulos elétricos enviados diretamente ao nervo auditivo. A surdez, por sua vez, é definida como a ausência ou perda total da capacidade de ouvir em um ou ambos os ouvidos.

O aumento do quadro de perda auditiva se deve, em parte, ao processo de envelhecimento, um fato que atinge a população a nível mundial. Por isso, de acordo com a OMS, a expectativa é de que 900 milhões de pessoas possam desenvolver surdez até 2050.

O aumento do quadro de perda auditiva se deve, em parte, ao processo de envelhecimento, um fato que atinge a população a nível mundial. Por isso, de acordo com a OMS, a expectativa é de que 900 milhões de pessoas possam desenvolver surdez até 2050.

Educação Bilíngue

No final da década de 1970, baseada em conceitos sociológicos, filosóficos e políticos, surgiu a “Proposta Bilíngue de Educação do Surdo”. Essa proposta se baseia no fato de que a pessoa com perda auditiva vive em uma condição bilíngue e bicultural, ou seja, convive diariamente com duas línguas, por isso, duas culturas: a língua gestual e cultural da comunidade surda do seu país e a língua oral e cultural ouvinte de seu país.

Dessa forma, há o entendimento que, na educação de crianças surdas, é essencial ter um ensino bilíngue, primeiro Libras e, em segundo, a Língua Portuguesa (ou língua pátria). A defesa do bilinguismo passa pela compreensão da capacidade representativa de Libras para as pessoas com perda auditiva, uma vez que significa uma forma de comunicação que funciona como pré-requisito para outras aprendizagens.

24 de abril – Dia Nacional da Língua Brasileira de Sinais: afinal, o que é Libras?

Libras é a sigla da Língua Brasileira de Sinais, uma língua de modalidade gestual-visual em que é possível se comunicar por gestos e expressões faciais e corporais. É considerada uma língua oficial do Brasil desde 24 de abril de 2002 (através da Lei n.º 10.436), mesma data em que se comemora o Dia Nacional da Língua Brasileira de Sinais. A Libras é muito utilizada na comunicação com pessoas surdas, sendo, portanto, uma importante ferramenta de inclusão social.

Os gestos da Libras, também chamados de “sinais”, são realizados por meio da junção dos movimentos das mãos e das articulações, além de expressões faciais e corporais. Além disso, a Libras é um importante meio de comunicação para haver interação entre os surdos, e deles com os ouvintes.

Essa língua é considerada de extrema importância para a comunidade surda e, em geral, para toda a população, pois acaba por ter a função de eliminar as barreiras do silêncio que limitam a comunicação entre as pessoas, de maneira que facilite o processo de inclusão social. Ao contrário do que muitos pensam, a comunicação por Libras não é somente mímica, pois é composta por um alfabeto, além de uma estrutura gramatical e linguística própria, possibilitando articulações complexas como qualquer outra língua.

É importante ressaltar que essa língua não é universal, pois cada país possui sua própria Língua de Sinais, bem como dialetos e regionalismos, diferenças de linguagem que mudam de acordo com a cultura de cada região. De qualquer forma, não há dúvidas sobre o quão fundamental a Língua de Sinais é.

Depois de aprender um pouco mais sobre Libras e educação para surdos, você já deve estar por dentro do quão importante é inserirmos, cada vez mais, esse tema em nosso cotidiano, certo? Então, compartilha este artigo com os seus amigos, e vamos juntos conscientizar cada vez mais pessoas!


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