Paralimpíadas: o esporte como ferramenta de integração social

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Todos sabemos que a prática de esportes é um dos principais meios de reabilitação e cuidado com a saúde, mas, além de proporcionar inúmeros benefícios, você sabia que essa descoberta foi a principal propulsora das Paralimpíadas?

Tudo começou em 1944, quando o médico alemão Ludwig Guttman, que tratava ex-combatentes de guerra com lesões na medula espinhal, notou que a saúde e a qualidade de vida dos pacientes melhoravam com a prática de esportes.

Para ajudar o maior número de soldados feridos em combates após a Segunda Guerra (1939 – 1945), ele fez uso desse recurso, que ganhou força mundialmente ao ser utilizado para tratar pessoas com deficiência.

Então, em 28 de julho de 1948, Guttmann organizou os Jogos de Stoke Mandeville, a primeira competição de arco e arremesso de dardos entre pacientes em cadeira de rodas, realizado no jardim do hospital em que trabalhava, na Inglaterra.

O objetivo do médico era transformar os Jogos de Stoke Mandeville em uma competição tão importante quanto a Olimpíada, o que se concretizou em 1952, quando um time de veteranos paraplégicos da Holanda participou da primeira disputa internacional dos jogos para atletas deficientes.

Oito anos depois, a cidade de Roma, na Itália, sediaria o primeiro Jogo Paralímpico da história, que contou com 400 pessoas inscritas, de 23 países. Ainda bem que tudo começou em 1944 e foi se desenvolvendo, expandindo, transformando vidas, construindo narrativas por meio do esporte até chegar aos dias de hoje.

Além de explicar como surgiu as Paralimpíadas no mundo, gostaríamos de chamar atenção para a potência brasileira no esporte paralímpico e apresentar o Jeosah – atleta paralímpico que participou de Tóquio 2021.                                                 

Ele nos contou, exclusivamente, um pouco da sua visão sobre o que é ser um atleta paralímpico no Brasil. Acompanhe a seguir.

O que você vai encontrar nesse artigo:

• Esporte como ferramenta de integração social
• Jeohsah Bezerra dos Santos – Atleta Paralímpico
• O que é ser um atleta paralímpico no Brasil?
• O que significa representar o Brasil nas Paralimpíadas Tóquio 2021?

O esporte como ferramenta de integração social

Os esportes têm sido, cada vez mais, uma ferramenta de integração e inclusão social. Durante a prática esportiva, crianças e jovens aprendem muito mais do que as técnicas que envolvem o esporte. Para além do desenvolvimento físico e da saúde, aprende-se a ter respeito pelas regras e pelos outros jogadores, desenvolve-se o entendimento, o convívio com o coletivo, as resoluções de conflitos, o esforço, a motivação, a dedicação e a responsabilidade.

A prática esportiva como instrumento educacional visa o desenvolvimento integral das crianças, jovens e adolescentes, capacita a pessoa a lidar com suas necessidades, seus desejos e suas expectativas, bem como com as necessidades, expectativas e desejos dos outros. É uma forma de desenvolver as competências técnicas, sociais, emocionais e comunicativas, essenciais para o processo de desenvolvimento individual e social.

Nesse contexto, vale ressaltar que o esporte aliado à educação é uma poderosa ferramenta de desenvolvimento social. É preciso entender o esporte, acima de tudo, como um instrumento pedagógico capaz de agregar valor à educação, ao desenvolvimento das individualidades, à formação pessoal para a cidadania e à orientação para a prática social.

O papel decisivo do esporte e da educação é a busca por princípios e valores sociais, morais e éticos, um dos possíveis caminhos para construir uma sociedade melhor.  Como prova social do poder de transformação que o esporte é capaz de despertar a quem a ele se dedica, conversamos com o Jeosah, atleta paralímpico que esteve nas competições da Paralimpíadas Tóquio 2021. Confira a entrevista a seguir:

O que é ser um atleta paralímpico no Brasil?

“Ser um atleta paraolímpico, não só no Brasil, mas no geral, é ser aquele atleta que sabe que é diferente e faz a diferença com o que tem de diferente! É uma oportunidade de se sentir incluído em uma sociedade que prega o padrão, em que todos têm que se sentir iguais. Ser atleta paralímpico no Brasil também é uma forma de aceitar as diferenças e poder fazer diferente, porque é por meio das diferenças que podemos dizer que somos únicos”.

O que significa representar o Brasil nas Paralimpíadas Tóquio 2021?

É um momento de reflexão de todos os momentos que passamos para chegar até aqui, são anos de muito trabalho, foco, treino, sacrifícios e investimentos.

É sempre muito gratificante poder representar o Brasil, um país que está crescendo e se desenvolvendo no mundo dos esportes paralímpicos. Tem muito o que melhorar ainda, mas já temos apoio, tanto estadual quanto nacional, por meio do programa Bolsa Atleta. Isso também nos incentiva a ver que é algo que faz total diferença e nos permite focar no esporte como uma forma de mudarmos nossas vidas.

É muito gratificante poder representar o Brasil pela segunda vez. Participei do Rio 2016 quando eu tinha 16 anos e agora estou participando de Tóquio 2021, outro país, outra cultura, outra experiência! É uma responsabilidade imensa levar o nome do seu país para uma competição como essa, né?!

Contudo, é muito divertido também, e eu fico muito feliz por saber que essas competições são as que todos os atletas querem participar. Então, eu só tenho a agradecer por tudo, pela oportunidade de estar representando todos os brasileiros nesse grande evento. 

Jeohsah Bezerra dos Santos tem 21 anos, natural de Recife – Pernambuco, é atleta paralímpico na modalidade Atletismo – Salto em Vara.

O esporte é um importante agente de inclusão, de progressão física e emocional e de respeito às diferenças! A prática esportiva faz bem para a saúde e é fundamental para o desenvolvimento de qualquer sociedade.

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