Redação Estudo em Dia
Equipe apaixonada por educação, produzindo conteúdos focados em alunos que buscam uma melhor rotina de estudos e preparação para o vestibular!Publicado em . | Atualizado em 9 de dezembro de 2021.
Um dos mais respeitáveis educadores do mundo é brasileiro, de Pernambuco e se estivesse vivo, completaria 100 anos em 2021.
Provavelmente você sabe que estamos falando do Paulo Freire, pedagogo, filósofo, historiador e pesquisador, nascido no dia 19 de setembro de 1921, em Recife.
Paulo Freire está entre os 100 intelectuais mais citados no mundo, segundo uma pesquisa da London University e o seu livro mais famoso, Pedagogia do Oprimido, é a terceira obra mais mencionada em trabalhos acadêmicos da área de humanas. Além disso, ele é o brasileiro que mais recebeu títulos honoris causa da história. Ao todo, foi homenageado em pelo menos 35 universidades brasileiras, europeias e do EUA, mais de 350 escolas ao redor do mundo levam seu nome.
Sua contribuição e relevância para o debate educacional são inegáveis, mesmo que seus pensamentos e ideias não sejam unanimidades entre todos, é necessário reconhecer que Paulo Freire foi um pensador que fez a diferença no Brasil e no mundo. Seu objetivo era unir as pessoas, usar a educação como combustível para realizar mudanças transformadoras para todos e principalmente para os estudantes.
Caso você ainda não o conheça e quer aprender mais sobre o Patrono da educação no Brasil, continue a leitura e descubra quem foi Paulo Freire e o que ele significou para além do campo educacional.
O que você vai encontrar neste artigo:
- Quem foi Paulo Freire?
- Método Paulo Freire
- Por que ler Paulo Freire?
Quem foi Paulo Freire?
Paulo Freire (1921 – 1997) foi um dos nomes mais influentes na história da pedagogia brasileira e ainda hoje, segue sendo referência para inúmeros educadores e gestores pelo mundo. Freire criou um método de alfabetização inovador, no contexto histórico da época, batizado com seu próprio nome — Método Paulo Freire, completamente eficiente, diferente do ensino tradicional, direcionado para a educação humanizadora, como ferramenta essencial para a transformação da sociedade.
O pensamento principal do educador Freire é evidenciar que o objetivo maior da educação, deve ser para conscientizar o estudante. Ele acreditava na educação como uma via de mão dupla, por isso propôs um método de ensino no qual professores e alunos dialogavam e o aprendizado se fazia com base nas necessidades diárias reais dos alunos.
No Nordeste do Brasil, em 1947, Paulo Freire começou a trabalhar com analfabetos adultos e gradualmente foi desenvolvendo seu método próprio de trabalho ao qual foi associada a palavra conscientização.
Em 1962, houve experiências generalizadas com seu método e o movimento foi estendido sob o patrocínio do governo federal. Em 1963–1964 havia cursos para coordenadores em todos os estados brasileiros um plano havia sido traçado para atingir 2.000.000 de analfabetos.
No ano de 1964 foi professor de História e Filosofia da Educação na Universidade Federal do Recife e na mesma década, esteve envolvido com um movimento de educação popular para lidar com o analfabetismo em massa no Brasil.
Porém, seu trabalho foi interrompido com o Golpe de Estado, em abril de 1964, o seu projeto de educação foi abortado. Em seu lugar, surgiu o Movimento Brasileiro de Alfabetização, igualmente uma iniciativa para a alfabetização, porém distinta do método freiriano.
Paulo Freire foi preso no período da Ditadura em 1964, sua prisão ocorreu, porque o regime da época considerou seu ensino subversivo e perigoso para a sociedade.
Em seguida, ele se exilou no Chile, onde seu método foi usado e a Escola de Ciências Políticas da ONU realizou seminários sobre seu trabalho. Em 1969 – 1970, foi professor no Centro para o Estudo do Desenvolvimento e Mudança Social da Universidade de Harvard.
No ano de 1970, foi para o Conselho Mundial de Igrejas em Genebra, onde assumiu o cargo de consultor especial no Escritório de Educação. Ao longo dos nove anos seguintes nesse cargo, ele aconselhou sobre reforma educacional e iniciou atividades de educação popular com uma série de grupos de diferentes nacionalidades.
Paulo Freire pôde retornar ao Brasil em 1979, quando ingressou no Partido dos Trabalhadores em São Paulo, onde liderou seu projeto de alfabetização de adultos por seis anos. Quando o partido assumiu o controle do município de São Paulo após as eleições de 1988, Paulo Freire foi nomeado Secretário da Educação de São Paulo. Em 1991, foi fundado em São Paulo o Instituto Paulo Freire com o objetivo de estender e elaborar as ideias do educador. O instituto preserva os arquivos de Freire, realiza atividades relacionadas ao seu legado e atua em temas da educação brasileira e mundial.
Método Paulo Freire
Aplicado há mais de 50 anos, em 1963, o método Paulo Freire de Alfabetização foi testado pela primeira vez na cidade de Angicos, no sertão do Rio Grande do Norte.
A experiência, inédita no Brasil, tinha uma meta ousada: alfabetizar adultos em 40 horas de aula, sem cartilha. Mas não era só isso. Paulo Freire pretendia despertar a consciência política. Desafio lançado, Freire teve todo um contato prévio com os participantes, estudando suas realidades, as histórias de vidas e o contexto em que os aprendizes estavam inseridos. Um grupo de educadores esteve junto de Freire nesta experiência em Angicos.
Antes de tudo, precisamos recordar que naquela época, o nordeste possuía aproximadamente 15 milhões de analfabetos (50% da população nordestina na década de 60). A primeira experiência foi realizada com 300 trabalhadores rurais, sem acesso à escola, e que formavam um grande contingente de excluídos da participação social. Angicos era uma cidade de 13 mil habitantes e 75% eram analfabetos.
“Já naquela época Paulo Freire defendia um conceito de alfabetização para além da decodificação dos códigos linguísticos, ou seja, não basta apenas saber ler e escrever, mas fazer uso social e político desse conhecimento na vida cotidiana”, explica Sonia, licenciada em Letras e Pedagogia, com mestrado e doutorado pela Faculdade de Educação da USP e coordenadora do Centro de Referência Paulo Freire (CRPF), entidade mantida pelo Instituto Paulo Freire.
O método Paulo Freire estimula a alfabetização dos adultos mediante a discussão de suas experiências de vida entre si, por meio de palavras presentes na realidade deles, sendo decodificadas para a aquisição da palavra escrita e da compreensão do mundo.
O método é dividido em três etapas: investigação, tematização e problematização.
Na etapa de investigação: aluno e professor buscam, no universo vocabular do aluno e da sociedade onde ele vive, as palavras e temas centrais de sua biografia. Em Angicos, foram escolhidas uma média de 410 palavras, descobertas através do diálogo com os futuros aprendizes. Com isso, uma equipe de educadores define quais são as palavras geradoras.
Na segunda etapa, a de tematização, eles codificam e decodificam esses temas, buscando o seu significado social, tomando assim consciência do mundo vivido pelos alunos. É nesse momento que os educadores fazem associação das palavras com alguma situação cotidiana, conhecida por todos. Exemplo: A palavra ‘feira’ era acompanhada de uma imagem com uma mulher indo comprar ‘milho’, assim os estudantes associavam as palavras com algo que era comum para eles (a compra de milho na feira).
E no final, a etapa de problematização, aluno e professor buscam superar uma primeira visão mágica por uma visão crítica do mundo, partindo para a transformação do contexto vivido.
Por que ler Paulo Freire?
Ler Paulo Freire é uma escolha muito assertiva para quem deseja expandir o conhecimento, compreender a pedagogia, valorizar a educação e refletir sobre a sociedade que vivemos. Porque como ele mesmo dizia:
“Ninguém ignora tudo. Ninguém sabe tudo. Todos nós sabemos alguma coisa. Todos nós ignoramos alguma coisa. Por isso aprendemos sempre.”
Portanto, se o seu objetivo é aprender, leia algum dos mais de 40 livros escritos pelo educador Paulo Freire.
Gostou do artigo? Já sabia sobre a importância do educador Paulo Freire? Compartilha com quem precisa conhecer o Patrono da Educação no Brasil.
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