Redação Estudo em Dia
Equipe apaixonada por educação, produzindo conteúdos focados em alunos que buscam uma melhor rotina de estudos e preparação para o vestibular!Publicado em . | Atualizado em 9 de setembro de 2021.
É inegável o poder de conexão que a internet oferece. Se bem utilizada, a tecnologia pode nos levar muito além, pois é uma ferramenta extremamente potente para o desenvolvimento da sociedade.
Ao mesmo tempo que os aparelhos eletrônicos nos conectam, as redes sociais permitem nos mantermos informados e nos relacionarmos com qualquer pessoa para além da geografia. Contudo, experimentamos o ônus e o bônus de toda essa conexão, porque, quando utilizadas de forma excessiva, as redes sociais podem impactar negativamente a saúde mental dos usuários.
A relação entre o uso midiático e a saúde mental exige cada vez mais atenção e cuidado. É importante estar atento a esse tema para poder desfrutar de todos os benefícios e ferramentas que a tecnologia e as redes proporcionam sem prejudicar a saúde mental e física. Fazer um uso consciente da internet, sem cair no acesso desenfreado, é um dos caminhos para construir um bem-estar digital.
Atualmente, a discussão sobre buscar estratégias de proteção da saúde de crianças, adolescentes, jovens, adultos e idosos tem ganhado cada vez mais atenção e força, pois esses públicos são os mais afetados pela mais nova doença do século: a adicção à internet (AI).
Estudos apontam que as redes sociais têm o mesmo potencial para viciar do que as drogas, o álcool e o cigarro. Nos Estados Unidos, é empregado o termo “fear of missing out”, que, em português, significa “medo de ficar de fora”. Por isso, as pessoas passam horas em “atualizações de status”, um hábito que, além de prejudicial à mente, nada lhes acrescenta e lhes rouba tempo e energia para investir naquilo que realmente pode ser construtivo.
A situação se tornou ainda mais alarmante na pandemia: o isolamento social influenciou as pessoas mais vulneráveis aos distúrbios psicológicos causados pela utilização exagerada das redes sociais. Por essa razão, minimizar as consequências da adicção à internet é, atualmente, um dos maiores desafios para a Saúde Pública.
Além disso, vale ressaltar a exposição dos usuários da internet ao cyberbullying, uma prática que se multiplicou nas redes sociais. O anonimato e a falta de privacidade e de segurança contribuem para a disseminação da violência, os famosos “haters,” que, em português, significa odiador, termo utilizado na internet para classificar pessoas que postam comentários destilando ódio ou críticas não construtivas que afetam a saúde mental do indivíduo atingido.
Entender como proteger o psicológico na arena digital é vital, isso porque a relação entre redes sociais e saúde mental pode elevar o risco de depressão e suicídio entre os jovens. Pensando nisso, no mês da campanha do Setembro Amarelo – mês de prevenção ao suicídio – , desenvolvemos este artigo para conversarmos sobre a importância deste período, entender o impacto que as redes sociais causam nos usuários, o que é o cyberbullying e como lidar, além de algumas ideias para proteger a saúde mental no contexto tecnológico. Continue a leitura e tire suas dúvidas sobre esses temas relevantes para a sociedade.
O quê você vai encontrar nesse artigo?
- Saúde mental e redes sociais
- Entenda a adicção à internet (AI)
- Como identificar a adicção à internet (AI)?
- Cyberbullying
- Redes sociais e o Setembro Amarelo
- Como proteger a saúde mental no contexto tecnológico?
- Conheça o blog do Laboratório Inteligência de Vida (LIV)
Saúde mental e redes sociais
Segundo a empresa britânica GlobalWebIndex, que estuda o tempo que usuários passam em redes sociais em todo o mundo, o Brasil é o segundo país que mais fica conectado às redes sociais. Em média, passamos 3 horas e 25 minutos por dia nas redes, atrás apenas dos filipinos, com um pouco mais de 4 horas.
Supondo um tempo médio de sono de oito horas diárias, isso significa que usamos 20% do nosso dia conectados em redes sociais. Agora, reflita se esse tempo gasto pode estar sendo mal investido a ponto de prejudicar a sua saúde mental.
Outra pesquisa realizada nos EUA, pela Associação de Psiquiatria Americana, revelou que mais de um terço dos adultos americanos consideram que as redes sociais prejudicam a saúde mental. Somente 5% consideraram as redes positivas para a saúde mental, e outros 45% disseram acreditar que há efeitos positivos e negativos. Dois terços dos participantes da pesquisa afirmaram considerar que o uso das redes sociais tem relação com isolamento e solidão. Há estudos que relacionam as redes à depressão, distúrbios do sono, inveja, baixa autoestima e ansiedade social.
Todas essas informações ratificam o fato de que a tecnologia nos conecta, mas também nos vicia. A solução não passa por eliminar os aparelhos, porque precisamos deles, e sim elaborar a resposta para a pergunta: qual alternativa temos às telas? Na psicologia, se sabe que é mais fácil abandonar um hábito incômodo se o substituirmos por outro mais saudável.
Contudo, será que isso é possível no universo digital? Muitos de nós estamos mais ou menos conscientes dos limites e do quanto as tecnologias têm um impacto insalubre sobre a nossa saúde física e mental e também sobre as nossas relações sociais.
Sabemos que nem sempre é fácil se desconectar. Então, por onde começar? Compreendendo se o uso que você faz das redes sociais é controlado ou se pode ser considerado um vício.
Entenda a adicção à internet (AI)
Embora ainda exista muita gente que não acredita que a internet possa ser considerada uma adicção, existem estudos suficientes que demonstram os numerosos fatores que levam os internautas a ultrapassarem a linha de bem-estar digital quando conectados às redes sociais.
Esse vício é geralmente chamado de PIU (Problematic Internet Use) ou IAD (Internet Addiction Disorder) e define-se por um tipo de transtorno do controle dos impulsos, tal como se pode encontrar em outras formas de dependência, como drogas ou álcool.
Segundo o guia médico Manga Wakaru Shinryo Naika, criado por uma clínica psiquiátrica japonesa (Clínica Mental Yu), na sua essência, eles entendem que o adicto à internet é aquele que luta com a incapacidade de suavizar as atividades on-line e já experimentou consequências negativas como resultado. Isso é familiar para você?
Como identificar a adicção à internet (AI)?
Compartilhamos estes 10 sinais que podem mostrar dependência/adicção à internet, segundo a francesa Adala News. Obs.: se uma pessoa tem, pelo menos, 5 ou mais sinais, pode ser considerada adicta.
- Perceber, muitas vezes, que tem passado mais tempo na internet do que o esperado ou do que se pretendia inicialmente.
- Enquanto está navegando na internet, sente que, muitas vezes, não consegue parar e desligar o computador – ou sair do Smartphone –, mesmo sabendo que já passou da hora de fazer isso.
- Gradualmente, vai escolhendo permanecer on-line em vez de sair e socializar com as pessoas ou nunca desliga o smartphone quando está presencialmente com pessoas.
- Mesmo quando tem de se concentrar em algo importante, a primeira coisa que faz é entrar na internet.
- Começa a ser comum a qualidade do seu trabalho ou dos seus estudos sofrerem por causa do tempo gasto na internet.
- Perceber que, geralmente, é pela internet que conhece uma pessoa nova.
- Estar on-line ajuda a reduzir o seu estresse ou a acalmar as suas preocupações diárias.
- Fica de péssimo humor se alguém o interrompe quando está na internet, seja por qualquer motivo (enquanto joga, está no Instagram, Whatsapp, Youtube, Facebook).
- Se não está na internet, sente a sua vida monótona e vazia (FOMO).
- Durante as suas atividades cotidianas (de trabalho, estudo e até passeios), muitas vezes, sente falta de estar conectado às redes.
Cyberbullying
Você sabe o que é? Podemos definir como a violência praticada contra alguém por meio da internet ou de outras tecnologias relacionadas ao mundo virtual. Sendo desenvolvida a ação com o objetivo de agredir, perseguir, ridicularizar e/ou assediar virtualmente alguém.
O pesquisador canadense Bill Belsey foi a primeira pessoa a citar e a definir a palavra “cyberbullying” no mundo. Segundo Belsey, o termo envolve utilizar informação e comunicação por meio da tecnologia para hostilizar um grupo ou um indivíduo, de forma deliberada e repetida. Ou seja, a diferença entre o cyber e o bullying, é que, nesse caso, o agressor usa o meio eletrônico.
Cyber = diminutivo de “cybernetic” (algo ou local que possui tecnologia avançada). Bullying = origem da palavra inglesa “bully” (valentão, briguento).
A UNICEF produziu um vídeo que traz, de uma forma simples e curta, como é o cyberbullying na prática e também como diminuí-lo com pequenas atitudes. Assista ao vídeo e lembre-se: a educação sempre será uma das aliadas contra as formas de violência e preconceito.
Redes sociais e o Setembro Amarelo
Uma pesquisa realizada pela instituição de saúde pública do Reino Unido, Royal Society for Public Health, em parceria com o Movimento de Saúde Jovem, mostrou que 90% das pessoas entre 14 e 24 anos usam redes sociais mais do que qualquer outro grupo etário. Ao mesmo tempo, as taxas de ansiedade e depressão nessa parcela da população aumentaram 70% nos últimos 25 anos. Por isso, relacionamos o tema saúde mental nas redes sociais ao mês de setembro.
Certamente você já deve ter ouvido falar sobre a campanha deste mês, mas você sabe exatamente do que se trata?
O setembro amarelo é uma campanha de conscientização da população ao redor do tema do suicídio, prática geralmente associada à depressão. No Brasil, foi criado pelo CVV (Centro de Valorização da Vida), CFM (Conselho Federal de Medicina) e ABP (Associação Brasileira de Psiquiatria), com a proposta de associar à cor ao mês que marca o Dia Mundial de Prevenção do Suicídio (10 de setembro).
A ideia é pintar, iluminar e estampar o amarelo nas mais diversas resoluções, garantindo mais visibilidade à causa.
Ao longo dos últimos anos, escolas, universidades, entidades do setor público e privado e a população de forma geral se envolveram nesse movimento que vai de norte a sul do Brasil. Monumentos como o Cristo Redentor (RJ), o Congresso Nacional e o Palácio do Itamaray (DF), o Estádio Beira Rio (RS) e o Elevador Lacerda (BA), por exemplo, e até mesmo times de futebol, como o Santos FC, Flamengo e Vitória da Bahia, participam da campanha.
Segundo a OMS, ocorrem cerca de 800 mil suicídios por ano no mundo. Sabe-se que o suicídio é a segunda maior causa de morte entre jovens de 15 a 29 anos. Esses dados são alarmantes e podem diminuir com ações educacionais, individuais, coletivas e públicas, de prevenção sobre o assunto. O Setembro Amarelo é uma das causas primordiais da nossa sociedade, juntar-se a essa causa é uma escolha que pode fazer diferença na vida de muitas pessoas, principalmente na dos jovens.
Como proteger a saúde mental no contexto tecnológico?
Prestar atenção no que você está consumindo digitalmente e como isso afeta você é o primeiro passo para proteger a sua saúde mental no contexto tecnológico.
Uma recente pesquisa da Universidade de Adelaide, na Austrália, demonstrou que crianças e adolescentes de até 18 anos que diminuíram sua exposição a telas e fizeram mais atividades ao ar livre melhoraram sua saúde mental, suas funções cognitivas e seus resultados acadêmicos. Assim, fica recomendado que façamos o mesmo, pois os efeitos são bastante positivos.
Você pode começar a reduzir o impacto das telas fazendo alguns exercícios. Tente, depois de uma hora na frente de uma tela, fechar os olhos durante um minuto. É mais efetivo do que olhar para o infinito, como se pensava até agora. Outros conselhos são piscar com frequência para que haja mais gordura na lágrima, baixar a intensidade da luz azul dos dispositivos por meio dos ajustes de graduação disponíveis em computadores, tablets e celulares, desativar ou diminuir as notificações no celular e desinstalar aplicativos que consomem muito tempo sem agregar coisas úteis.
Outra atitude importante é limitar quando e onde utilizar as redes sociais. Nas configurações dos próprios celulares e redes sociais, é possível checar o tempo que você está ficando conectado. Olhe esse número e repense o uso das horas do seu dia. Há também aplicativos que bloqueiam as redes sociais por um tempo, ou seja, a saída pode estar na própria tecnologia!
Sempre que der, faça dias de “detox digital”, fique off-line, não entre nas redes. Caso não consiga realizar o “detox”, encontre suas próprias formas de equilibrar o uso da tecnologia com o resto de suas atividades do dia a dia.
Conviver melhor com a tecnologia, manter o foco no que realmente importa, não permitir que suas redes sociais atrapalhem seus estudos ou trabalho, ser capaz de se desconectar e alcançar um equilíbrio consciente entre a conectividade e a desconexão digital são desafios para todos. A prioridade deve ser fazer com que os dispositivos e Apps que acessamos diariamente estejam alinhados com os nossos valores e necessidades e façam parte de rotinas mais saudáveis. A pergunta que devemos sempre lembrar é: você controla a tecnologia ou a tecnologia controla você?
Gostou do post? Então, compartilhe com os seus amigos! Para ler mais conteúdo sobre o tema, confira também o blog do Laboratório Inteligência de Vida (LIV).
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